quarta-feira, 14 de julho de 2010

Os sapatos de Pepeu



No final de 2009, fiz uma viagem de férias, com meu marido e meu único filho. Que talvez por ser como já citado, o único filho eu encho de mimos. Às vezes exagero nas vontades e nos dengos, apesar de saber os prejuízos que posso causar a sua formação, porém quem me conhece sabe o quanto sou rigorosa em muitos aspectos.

Nessas férias fomos para o Sul da Bahia e lá ficamos na casa de amigos e fizemos novos amigos. Entre esses novos amigos, conhecemos Gabriel, um menino negro e pobre, como a maioria da nossa população!

Pepeu tornou-se amigo de Gabriel, impressionante como as crianças em segundos se apresentam e já são bons amigos sem pré-julgamento, diferente dos adultos. Gabriel logo se encantou com os brinquedos de meu filho, mas uma coisa chamou mais a sua atenção, a quantidade de pares de sapatos. Ele constantemente observava com atenção, a quantidade de sapatos organizados em um canto do quarto. Para mim, aquele comportamento não era o suficiente para um interrogatório e não tive a curiosidade de investigar o motivo de tanta observação. Então no dia de virmos embora para Salvador, ele não pode se conter e perguntou:

- Para que tantos sapatos?

Eu, acreditando ser a detentora da verdade, retruquei:

- Para calçar!

Sabiamente, Gabriel com 7anos, que mal tinha uma sandália de borracha, perguntou novamente: - Mas não calçamos só um (par)? Para que tantos sapatos?

Não dei mais nenhuma resposta, apenas sorri!

Hoje quando vejo meu armário e os sapatos de Pepeu, me pergunto: Para que tantos sapatos?

E você já se perguntou?

Cássia dos S Virgens

Pedagoga/ Pscicopedagoga /Pós-graduada em Orientação Educacional.

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